Neste momento as “nossas” águias-caçadeiras estão algures em África. Mas onde?
Até há alguns anos, o conhecimento das rotas migratórias ou dos locais de invernada dependia quase unicamente da anilhagem de dezenas ou centenas de indivíduos, da possibilidade que alguns deles fossem recapturados ou encontrados mortos algures e confiando que alguém enviaria a informação do número da anilha para a central de anilhagem de origem.
Ainda que se mantenha a utilização de anilhas metálicas e coloridas, hoje a tecnologia proporciona um excelente meio de obtenção de dados: emissores de satélite ou PTT (Platform Transmitter Terminals).
Para evitar sobrecarga na ave e perturbação na capacidade de voo, adulterando a validade da informação recolhida, o peso dos emissores não deve ultrapassar os 4- 5% do peso total do indivíduo. Os primeiros emissores para aves, em 1991, pesavam 95g pelo que apenas eram suportados por espécies de grande porte.
Graças à crescente miniaturização deste tipo de equipamento, actualmente estão disponíveis emissores suficientemente leves - 9,5g - para serem colocados em águias-caçadeiras (exemplo).
Em 2005 foi iniciado o seguimento por satélite de indivíduos nidificantes na Holanda e em 2006 em Espanha. Desde então tem vindo a ser recolhida informação muito relevante sobre movimentos pré-migratórios, rotas através do Mar Mediterrâneo e deserto do Saara e preferência por locais de invernada.
Qualquer um de nós pode aceder a esses dados aqui (infelizmente a versão em inglês tem problemas de configuração) ou aqui. É sem dúvida notável o caso de dois machos marcados nas proximidades de Castellón (Espanha), o Baron Rojo e o Hauteclaire. O emissor colocado no primeiro funcionou durante 1154 dias e o colocado em Hauteclaire transmite há 1265 dias, o que representa o seguimento continuado durante mais de 3 anos.
Como nota complementar, aqui temos o seguimento da tartaruga-comum Caretta caretta e das duas tartarugas-verdes Chelonia mydas que foram libertadas ao largo do Algarve em 30 de Setembro.
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