18 de setembro de 2010

XI Congresso do Grupo Ibérico de Aguiluchos


O Grupo Ibérico de Aguiluchos (GIA), formado em 1991, é um grupo informal de trabalho que reúne (muitos) investigadores espanhóis e (alguns) portugueses dedicados ao estudo e à conservação das três espécies de aves do género Circus que ocorrem na Península Ibérica: a águia-caçadeira/aguilucho cenizo C. pygargus, o tartaranhão-cinzento/aguilucho palido C. cyaneus e a águia-sapeira/aguilucho lagunero C. aeruginosus.


Os congressos com periodicidade bienal permitem a partilha de experiências e comparação de resultados. Têm por principal objectivo analisar dinâmicas populacionais, informações sobre a biologia e a ecologia de cada uma dessas espécies e identificar ameaças. As conclusões permitem definir orientações de gestão territorial, visando a conservação das espécies e respectivos habitats. 

As anteriores sessões tiveram lugar nas seguintes localidades:
1991 - Hervás
1992 - Burriana
1994 - Orrellana la Vieja
1996 - Tudela
1998 - Évora
2000 - Alquezar
2002 - Sevilla.
2004 - Madrid.
2006 - Castuera
2008 – El Bonillo

Este ano, coube à Sociedade Galega de Ornitoloxía a realização do décimo primeiro congresso, que irá decorrer em Allariz, próximo de Ourense, entre 15 e 17 de Outubro.

Com o prazo de envio de resumos até ao dia 11 de Outubro, aguarda-se que diversos investigadores portugueses consigam estar presentes.
A ficha de inscrição, formas de pagamento e outras informações estão disponíveis aqui.

4 de setembro de 2010

Protecção de ninhos em Ostfriesland (Alemanha)

A protecção de ninhos de águia-caçadeira contra a acção de predadores merece também a atenção de investigadores na Frísia Oriental (Ostfriesland).



Entre 2003 e 2006 foram utilizadas cercas eléctricas, nem sempre com sucesso. Após ensaios em 2007, passaram a ser colocadas redes metálicas, que têm as seguintes vantagens comparativas:

- São de instalação mais rápida e não estão sujeitas a falhas de equipamento fornecedor de energia (baterias ou painéis solares);

- São facilmente aceites pelos agricultores, pois não obrigam ao corte da vegetação;

- São mais económicas.

 A instalação destas redes antes da ceifa reduz o risco de predação do ninho por raposas e outros mamíferos. No caso de existirem javalis na zona, devem ser colocadas redes com uma armação metálica.


A dimensão de 2 x 2 metros revelou-se adequada para proporcionar espaço suficiente durante o crescimento de 4 ou mais juvenis.
Segundo Rolf Baum, este método pode constituir uma alternativa à manutenção de um área de protecção com 50 x 50 metros em redor de cada ninho, que obriga a procedimentos burocráticos por parte dos agricultores e a intervenções nessas áreas após o voo dos juvenis.
Estas acções de protecção dos ninhos são financiadas por entidades públicas, empresas e donativos privados.

1 de setembro de 2010

Protecção da águia-caçadeira em Rheiderland (Alemanha)



À semelhança do que foi anteriormente descrito para a região de Castro Verde, na Alemanha são igualmente realizadas acções de salvamento de ninhos de águia-caçadeira.
Neste caso, trata-se de uma iniciativa da associação de agricultores local ("Landwirtschaftliche Naturverein Rheiderländer Marsch") que solicitam a colaboração de biólogos - no vídeo surge o doutor Ben Koks, da Holanda, a efectuar os registos de biometria dos juvenis. É instalada uma cerca eléctrica que delimita uma área de 10 por 10 metros, para redução do risco de predação.

Tal como no caso português, as orientações para a conservação da vida silvestre associada aos sistemas agrícolas por vezes geraram conflitos entre a administração pública e agricultores. Porém, uma maior consciência da importância da agricultura sustentável aos olhos da sociedade, levou a que um grupo de agricultores se organizasse em 2003, de forma a serem eles próprios os promotores de acções de valorização da biodiversidade. Mais importante que ter apenas que corresponder a obrigações de protecção da natureza ou discutir essas medidas unicamente sob o ponto de vista monetário, é vantajoso que sejam os próprios a participar na melhor gestão dos espaços agrícolas, estabelecendo parcerias entre as empresas agrícolas e outras entidades. 
Trata-se sem dúvida de um excelente exemplo a seguir.