16 de junho de 2010

Uma tarde em pleno em Castro Verde

Os alunos da turma 6ºA da Escola B2,3 Dr. António Francisco Colaço consagraram a tarde de hoje para a apresentação dos trabalhos produzidos sobre aves estepárias, quer sob a forma de dramatização quer como cartazes dedicados a cada uma das espécies.

Peça de teatro sobre a abetarda


Peneireiro-das-torres


Águia-caçadeira


Sisão


Primeira página do texto da peça de teatro e folhetos

Seguiram-se vários jogos, dedicados a cada uma das espécies, onde os alunos criaram percursos com actividades e questões diversas e todos participaram com entusiasmo. Todos estes alunos e professoras estão de parabéns pelo empenho demonstrado e pela qualidade do trabalho final.

Já no regresso a Évora, junto da aldeia de Entradas deparei com intensa actividade de ceifa de aveia e trigo, numa área referenciada como de ocorrência da águia-caçadeira.


Ao conversar com dois operadores de ceifeiras-debulhadoras, foi manifesto o cuidado que têm em evitar a destruição dos ninhos e, por um deles, fornecida a localização de um ninho com dois juvenis de águia-caçadeira, encontrado numa parcela ceifada há 3 dias. O operador disse ter deixado uma área por cortar em volta do ninho mas também afirmou que geralmente esses ninhos são predados por cegonhas ou raposas no espaço de alguns dias após a ceifa.
Contactado o ICNB, foi ainda possível nesse final de tarde colocar uma rede metálica para protecção dos juvenis, que têm entre 10 a 15 dias.





Trabalho de equipa entre um professor/ambientalista e um vigilante do ICNB 
(fotografia tirada pelo Pedro Rocha, director-adjunto do Dep. de Gestão de Áreas Classificadas - Sul)    

3 comentários:

Fernando Encarnação disse...

Viva João.

Uma excelente iniciativa e corrente preocupação com estas questões dos ninhos das aves de rapina, como relata na entrada do blog, serão antes de predadores, presas a outras espécies, é a cadeia trofica na sua amplitude, a colocação da rede poderá evitar alguma coisa, mas creio que o mais certo seria a pronta intervenção do ICNB para levantamento do ninho para outro local ao seu cuidado, acho que como selvagem que são (águia-caçadeira) não sei ao certo se nesta idade terão hipóteses de sobreviver sem o amparo da mãe...

Abraço e continue com as suas boas praticas e sensibilizações com os mais pequenos.

É de louvar.

Abraço.

Fernando Encarnação

João Carlos Claro disse...

Caro Fernando

Obrigado pela sua opinião e palavras de incentivo.

A colocação de redes não conferem uma protecção 100% garantida, mas reduz notoriamente o risco de predação por mamíferos, com um custo bastante baixo.

A remoção de ovos e de juvenis para centros de recuperação é uma alternativa para ser utilizada apenas em circunstâncias extremas: ninhos demasiado próximos de estradas e de habitações ou ceifas precoces em anos de seca grave, como foi em 2005.

Como bem refere, a criação pelos progenitores é sempre mais favorável comparativamente com a intervenção humana, que obriga a instalações dispendiosas, produção de grande quantidade de alimento vivo (ratos, insectos e aves) e cuidados continuados, pois as jovens aves têm de ser alimentadas cada duas horas. Acresce o risco de impregnação nos juvenis ao associarem a figura humana como fonte de alimento.

Não posso deixar de sublinhar a colaboração de agricultores e de tractoristas, ao nível da preservação do local do ninho e do respeito pelas vedações colocadas, desde que comecei estes trabalhos em 1997.

Abraço,
João

Magpie disse...

Metade da minha familia é de arredores de Castro Verde! Tenho seguido o seu blog e estou a achar muito interessante, apesar de ainda não ter lido muita coisa. O meu nome é Nadja Velez e faço parte do NEBUA (nucleo de estudantes de biologia da universidade do algarve) e acho que seria muito interessante se fizesse uma palestra na Universidade do Algarve sobre o seu trabalho, em que nos passasse a sua sabedoria e a mensagem de conservação que passa aqui. Estaria interessado?

Muito obrigada e continuação de um extraordinrio trabalho,

Nadja